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MAKULELÊ RESISTE AO TEMPO E CONTINUA SENDO O POINT CULTURAL DO CONJ CEARÁ.

Quem nunca frequentou o Makulelê não passou pela história cultural e política do conjunto Ceará, é o tradicional point da juventude no polo de lazer Luiz Gonzaga.

A belíssima e formidável fachada do Makulelê é única e inconfundível.  

O Makulelê como conhecemos atualmente foi fundado em 1997, pelo artista plástico Pedro Araújo, ou para muitos simplesmente Pedro do Makulelê, o bar mais famoso do bairro foi palco de grandes eventos, encontros políticos e muita resistência.

O Makulelê tem uma longa história de lutas e resistência que se inicia ainda na Central de cultura e organização Popular (CCOP) uma organização criada nos anos 80 para a valorização da cultura no bairro, tudo começou com um racha político no conselho comunitário do bairro e foi o inicio de um dos principais movimentos de oposição aos governos Tasso Jereissati e Ciro Gomes nos finais dos anos 80 e inicio dos anos 90.

A história do Makulelê se mistura com a história do conjunto Ceará, é uma história rica na luta e persistência, a primeira sede do Makulelê foi próximo ao colégio Ubirajara atualmente o espaço dar lugar a Escola Estadual de Educação Profissional Professor César Campelo, na rua 753.


Fundador do Makulelê, Pedro Araújo é um dos  moradores mais populares do conjunto Ceará. 

A cultura está no DNA desse espaço, a começar pelo primeiro nome do espaço, Shangrilá, um nome inspirado na criação literária do inglês James Hilton, Lost Horizon de 1933, é descrito como um lugar paradisíaco situado nas montanhas dos Himalaias, sede de panoramas maravilhosos e onde o tempo parece deter-se em ambiente de felicidade e saúde, com a convivência harmoniosa entre pessoas das mais diversas procedência..

O segundo nome do espaço, o atual, Makulelê, é inspirado numa dança folclórica brasileira de origem afro-brasileira e indígena e diz muito sobre o porquê o espaço é considerado um patrimônio histórico do bairro.

O Makulelê além de ser patrimônio histórico têm relevância político-cultural, haja vista que, é um lugar que mantém arraigado em sua tradição à diversidade de gostos e estilos, no contexto das grandes periferias, agrega valores a sociedade, transpondo mais da cultura do Conjunto Ceará, seja no ambiente temático e rústico.


Festival de 20 anos do Makulelê com três dos principais ícones da música do Conjunto Ceará

O Makulelê é um local aconchegante que possui boa música, é um dos poucos ambientes onde é possível ouvir clássicos da MPB, Reggae, Blues, Jazz e Rock em Fortaleza, o espaço ainda caracteriza-se por ser possível testemunhar apresentações ao vivo de qualidade dos mais diversos estilos musicais.

Uma coisa é certa sobre o Makulelê, ele resistiu ao tempo e se tornou um espaço cultural independente, e de uma coisa temos certeza, tudo o que você não vê na grande mídia, encontrará nesse espaço histórico.

O Makulelê sofre atualmente a sua pior fase com sérios riscos a sua existência, a interminável obra do polo de lazer somada a pandemia tem afastado a juventude que outrora lotava a praça central de vida e o dava o sentido de existência desse amado e aconchegante espaço cultura, infelizmente anda sumida, mais que simplesmente ler essa matéria é obrigação da população do conjunto Ceará não deixar morrer esse grande patrimônio histórico, político, artístico e cultural que nos enche de orgulho. 

Texto: Pedro Oliveira
Edição: Ana Fernandes
colaboração: Paulo Eduardo Sukita 
Informações: Página oficial do Makulelê


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4 Comentários

  1. Lembrei do tempo de ouvir um reggae, jogar uma sinuca e pedir um "kit" (sukita de 600 ml + celular de Sapupara) no Makulelê, ali pelo começo dos anos 2000. :-D

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  2. Infelizmente andava abrindo pouco, não sei como anda com a pandemia agora... Seu Pedro gente boa, sempre benzia a dose de cachaça que me vendia hahaha

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  3. Criatura, o Maculelê é local de cultura e resistência.

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